Ritos Indígenas (Para o 9º ano)
Índios TUPINAMBÁS:
iniciação das meninas púberes tupinambás realiza-se a partir do primeiro fluxo menstrual, designado como "nhemõdigara". As jovens revelavam grande temor antes de se submeterem aos rituais sagrados, mas depois suportavam com relativa firmeza as provações estipuladas pela tradição tribal. "Porque, escreve Thevet, além de lhes cortarem os cabelos com pentes de peixe, colocavam-nas sobre uma pedra lisa e lhes retalhavam a pele com a metade de um dente de animal, das espáduas as nádegas, fazendo uma cruz oblíqua ao longo das costas, com certos talhos, a uma mais, a outra menos, de acordo com a robustez, a sensibilidade ou insensibilidade delas; de modo que o sangue corre de todas as partes".
Esses procedimentos eram dolorosos e incutiam medo previsível nas jovens a serem iniciadas. Em seguida, seus corpos eram cobertos com uma substância cinzenta. Então, ligavam o braço e o corpo com fios de algodão e colocavam em seu colo dentes de capivara. Tal ritual tinha finalidades mágicas, visando tornar os dentes da jovem índia, suficientemente fortes para que ela pudesse mastigar com eficiência as raízes do caium. Acreditavam também, que não obedecessem estes ritos, o ventre da moça se constrangeria, dificultando a concepção. Depois disso se fazia necessária a reclusão.
Índios Kayapó:
Me-i-tük é o nome da cerimônia de iniciação. A própria interpretação da palavra nos direciona para este sentido: me-i - corpo humano, tükre - preto, significando morte. Os jovens deviam pintar-se de preto para este cerimonial, pois tal cor se integra na idéia de obtenção de força, necessária para sua integração ao novo grupo. Esta expressão, "morte do corpo", associa-se ao significado do ritual, morrer o homem velho para dar lugar à ressurreição de uma vida plena para um novo homem guerreiro. Assinala também, a maturidade sexual do homem. Entretanto, este rito não é condição "sine quo non" para o ingresso em uma classe mais elevada, nem para estabelecer relações sexuais. Entretanto, uma mãe, pode exigir que sua filha se case com um jovem que tenha passado pela me-i-tük.
Para o ritual, o pai do iniciante deve conseguir um "krom-dyo" para seu filho, ou seja, um padrinho legítimo que pode ser de mesmo sangue, como um irmão do pai. Durante a cerimônia de iniciação, ele se tornará guia e mestre do jovem, devendo todo o período que se estender o rito, viver exclusivamente para o seu tutelado.
Índios Guajajara:
A cosmologia tradicional é típica dos povos tupi-guarani, distinguindo-se quatro categorias de seres sobrenaturais, que recebem a designação genérica de karowara: os criadores ou heróis culturais, responsáveis pela criação e transformação do mundo, sendo Maíra e os gêmeos Maíra-ira e Mucura-ira os mais importantes e Zurupari, o criador das pragas e dos
insetos, das cobras peçonhentas e aranhas, um herói cultural muito temido;os "donos" das florestas (Ka'a'zar), das águas (Y'zar), das caças (Miar'i'zar) e das árvores (Wira'zar), que são hostis e muito temidos por seu poder maligno;os azang, espíritos errantes dos mortos, também muito temidos; e os piwara, espíritos de animais. Muitos guajajara não acreditam mais nestes seres, por causa das atividades missionárias.
A mitologia uma mistura de motivos tupi, europeus e africanos. Há, por exemplo, um mito com o motivo da Gata Borralheira e a figura do Zurupari. Existem três categorias principais de mitos: mitos de heróis culturais; mitos que apontam uma moral; e mitos de animais. Em todos os mitos registrados até agora, destaca-se o papel de Maíra. Um mito muito importante para explicar o mundo do ponto de vista dos guajajara é o dos gêmeos Maíra-ira e Mucura-ira.
Índios Kadiwéu:
O indivíduo Kadiwéu recebe um nome por ocasião de seu nascimento e quando da morte de um parente. Durante os ritos funerários, os parentes do morto têm seus cabelos cortados. Aquele que corta o cabelo em sinal de luto é chamado okojege. As mulheres velhas, conhecedoras destes ritos, se reúnem durante o funeral para decidir o nome mais adequado para o enlutado. Quando se perde um parente próximo é também possível adotar alguma outra pessoa (independentemente da idade, do sexo e do grau ou mesmo da existência de parentesco) para preencher a falta do morto. Um parente adotado nestas circunstâncias é chamado godokogenigi. A este também se dá um novo nome e se lhe corta os cabelos. Há ainda uma outra forma de se estabelecer um parentesco "de consideração". É através da relação entre imedi (ou imeeti, no caso das mulheres, palavra traduzida como "amigo/a"). Duas famílias podem acertar fazer imedi um filho de cada uma, os quais estabeleceriam entre si uma relação de irmãos e as atitudes que lhes são peculiares. Os descendentes de dois imedi seriam imedi entre si.
Além de ritos funerários, praticam também o que chamam de "Festa da Moça". Ritual de iniciação feminina, submete a menina que passa pela menarca a uma reclusão de dois dias e a uma dieta rigorosa. Não pode pisar o chão e nem olhar para animais. No clímax do ritual, esta menina é "abanada" com um pano vermelho bordado com miçangas e penduricalhos nas pontas (o "abanico", wajuide) e, deitada de bruços, será pressionada na altura dos rins por uma mulher da aldeia cuidadosamente escolhida por seus familiares, pois suas características serão assimiladas pela menina.
Ritos Indígenas
Índios TUPINAMBÁS:
iniciação das meninas púberes tupinambás realiza-se a partir do primeiro fluxo menstrual, designado como "nhemõdigara". As jovens revelavam grande temor antes de se submeterem aos rituais sagrados, mas depois suportavam com relativa firmeza as provações estipuladas pela tradição tribal. "Porque, escreve Thevet, além de lhes cortarem os cabelos com pentes de peixe, colocavam-nas sobre uma pedra lisa e lhes retalhavam a pele com a metade de um dente de animal, das espáduas as nádegas, fazendo uma cruz oblíqua ao longo das costas, com certos talhos, a uma mais, a outra menos, de acordo com a robustez, a sensibilidade ou insensibilidade delas; de modo que o sangue corre de todas as partes".
Esses procedimentos eram dolorosos e incutiam medo previsível nas jovens a serem iniciadas. Em seguida, seus corpos eram cobertos com uma substância cinzenta. Então, ligavam o braço e o corpo com fios de algodão e colocavam em seu colo dentes de capivara. Tal ritual tinha finalidades mágicas, visando tornar os dentes da jovem índia, suficientemente fortes para que ela pudesse mastigar com eficiência as raízes do caium. Acreditavam também, que não obedecessem estes ritos, o ventre da moça se constrangeria, dificultando a concepção. Depois disso se fazia necessária a reclusão.
Índios Kayapó:
Me-i-tük é o nome da cerimônia de iniciação. A própria interpretação da palavra nos direciona para este sentido: me-i - corpo humano, tükre - preto, significando morte. Os jovens deviam pintar-se de preto para este cerimonial, pois tal cor se integra na idéia de obtenção de força, necessária para sua integração ao novo grupo. Esta expressão, "morte do corpo", associa-se ao significado do ritual, morrer o homem velho para dar lugar à ressurreição de uma vida plena para um novo homem guerreiro. Assinala também, a maturidade sexual do homem. Entretanto, este rito não é condição "sine quo non" para o ingresso em uma classe mais elevada, nem para estabelecer relações sexuais. Entretanto, uma mãe, pode exigir que sua filha se case com um jovem que tenha passado pela me-i-tük.
Para o ritual, o pai do iniciante deve conseguir um "krom-dyo" para seu filho, ou seja, um padrinho legítimo que pode ser de mesmo sangue, como um irmão do pai. Durante a cerimônia de iniciação, ele se tornará guia e mestre do jovem, devendo todo o período que se estender o rito, viver exclusivamente para o seu tutelado.
Índios Guajajara:
A cosmologia tradicional é típica dos povos tupi-guarani, distinguindo-se quatro categorias de seres sobrenaturais, que recebem a designação genérica de karowara: os criadores ou heróis culturais, responsáveis pela criação e transformação do mundo, sendo Maíra e os gêmeos Maíra-ira e Mucura-ira os mais importantes e Zurupari, o criador das pragas e dos
insetos, das cobras peçonhentas e aranhas, um herói cultural muito temido;os "donos" das florestas (Ka'a'zar), das águas (Y'zar), das caças (Miar'i'zar) e das árvores (Wira'zar), que são hostis e muito temidos por seu poder maligno;os azang, espíritos errantes dos mortos, também muito temidos; e os piwara, espíritos de animais. Muitos guajajara não acreditam mais nestes seres, por causa das atividades missionárias.
A mitologia uma mistura de motivos tupi, europeus e africanos. Há, por exemplo, um mito com o motivo da Gata Borralheira e a figura do Zurupari. Existem três categorias principais de mitos: mitos de heróis culturais; mitos que apontam uma moral; e mitos de animais. Em todos os mitos registrados até agora, destaca-se o papel de Maíra. Um mito muito importante para explicar o mundo do ponto de vista dos guajajara é o dos gêmeos Maíra-ira e Mucura-ira.
Índios Kadiwéu:
O indivíduo Kadiwéu recebe um nome por ocasião de seu nascimento e quando da morte de um parente. Durante os ritos funerários, os parentes do morto têm seus cabelos cortados. Aquele que corta o cabelo em sinal de luto é chamado okojege. As mulheres velhas, conhecedoras destes ritos, se reúnem durante o funeral para decidir o nome mais adequado para o enlutado. Quando se perde um parente próximo é também possível adotar alguma outra pessoa (independentemente da idade, do sexo e do grau ou mesmo da existência de parentesco) para preencher a falta do morto. Um parente adotado nestas circunstâncias é chamado godokogenigi. A este também se dá um novo nome e se lhe corta os cabelos. Há ainda uma outra forma de se estabelecer um parentesco "de consideração". É através da relação entre imedi (ou imeeti, no caso das mulheres, palavra traduzida como "amigo/a"). Duas famílias podem acertar fazer imedi um filho de cada uma, os quais estabeleceriam entre si uma relação de irmãos e as atitudes que lhes são peculiares. Os descendentes de dois imedi seriam imedi entre si.
Além de ritos funerários, praticam também o que chamam de "Festa da Moça". Ritual de iniciação feminina, submete a menina que passa pela menarca a uma reclusão de dois dias e a uma dieta rigorosa. Não pode pisar o chão e nem olhar para animais. No clímax do ritual, esta menina é "abanada" com um pano vermelho bordado com miçangas e penduricalhos nas pontas (o "abanico", wajuide) e, deitada de bruços, será pressionada na altura dos rins por uma mulher da aldeia cuidadosamente escolhida por seus familiares, pois suas características serão assimiladas pela menina.
Índios TUPINAMBÁS:
iniciação das meninas púberes tupinambás realiza-se a partir do primeiro fluxo menstrual, designado como "nhemõdigara". As jovens revelavam grande temor antes de se submeterem aos rituais sagrados, mas depois suportavam com relativa firmeza as provações estipuladas pela tradição tribal. "Porque, escreve Thevet, além de lhes cortarem os cabelos com pentes de peixe, colocavam-nas sobre uma pedra lisa e lhes retalhavam a pele com a metade de um dente de animal, das espáduas as nádegas, fazendo uma cruz oblíqua ao longo das costas, com certos talhos, a uma mais, a outra menos, de acordo com a robustez, a sensibilidade ou insensibilidade delas; de modo que o sangue corre de todas as partes".
Esses procedimentos eram dolorosos e incutiam medo previsível nas jovens a serem iniciadas. Em seguida, seus corpos eram cobertos com uma substância cinzenta. Então, ligavam o braço e o corpo com fios de algodão e colocavam em seu colo dentes de capivara. Tal ritual tinha finalidades mágicas, visando tornar os dentes da jovem índia, suficientemente fortes para que ela pudesse mastigar com eficiência as raízes do caium. Acreditavam também, que não obedecessem estes ritos, o ventre da moça se constrangeria, dificultando a concepção. Depois disso se fazia necessária a reclusão.
Índios Kayapó:
Me-i-tük é o nome da cerimônia de iniciação. A própria interpretação da palavra nos direciona para este sentido: me-i - corpo humano, tükre - preto, significando morte. Os jovens deviam pintar-se de preto para este cerimonial, pois tal cor se integra na idéia de obtenção de força, necessária para sua integração ao novo grupo. Esta expressão, "morte do corpo", associa-se ao significado do ritual, morrer o homem velho para dar lugar à ressurreição de uma vida plena para um novo homem guerreiro. Assinala também, a maturidade sexual do homem. Entretanto, este rito não é condição "sine quo non" para o ingresso em uma classe mais elevada, nem para estabelecer relações sexuais. Entretanto, uma mãe, pode exigir que sua filha se case com um jovem que tenha passado pela me-i-tük.
Para o ritual, o pai do iniciante deve conseguir um "krom-dyo" para seu filho, ou seja, um padrinho legítimo que pode ser de mesmo sangue, como um irmão do pai. Durante a cerimônia de iniciação, ele se tornará guia e mestre do jovem, devendo todo o período que se estender o rito, viver exclusivamente para o seu tutelado.
Índios Guajajara:
A cosmologia tradicional é típica dos povos tupi-guarani, distinguindo-se quatro categorias de seres sobrenaturais, que recebem a designação genérica de karowara: os criadores ou heróis culturais, responsáveis pela criação e transformação do mundo, sendo Maíra e os gêmeos Maíra-ira e Mucura-ira os mais importantes e Zurupari, o criador das pragas e dos
insetos, das cobras peçonhentas e aranhas, um herói cultural muito temido;os "donos" das florestas (Ka'a'zar), das águas (Y'zar), das caças (Miar'i'zar) e das árvores (Wira'zar), que são hostis e muito temidos por seu poder maligno;os azang, espíritos errantes dos mortos, também muito temidos; e os piwara, espíritos de animais. Muitos guajajara não acreditam mais nestes seres, por causa das atividades missionárias.
A mitologia uma mistura de motivos tupi, europeus e africanos. Há, por exemplo, um mito com o motivo da Gata Borralheira e a figura do Zurupari. Existem três categorias principais de mitos: mitos de heróis culturais; mitos que apontam uma moral; e mitos de animais. Em todos os mitos registrados até agora, destaca-se o papel de Maíra. Um mito muito importante para explicar o mundo do ponto de vista dos guajajara é o dos gêmeos Maíra-ira e Mucura-ira.
Índios Kadiwéu:
O indivíduo Kadiwéu recebe um nome por ocasião de seu nascimento e quando da morte de um parente. Durante os ritos funerários, os parentes do morto têm seus cabelos cortados. Aquele que corta o cabelo em sinal de luto é chamado okojege. As mulheres velhas, conhecedoras destes ritos, se reúnem durante o funeral para decidir o nome mais adequado para o enlutado. Quando se perde um parente próximo é também possível adotar alguma outra pessoa (independentemente da idade, do sexo e do grau ou mesmo da existência de parentesco) para preencher a falta do morto. Um parente adotado nestas circunstâncias é chamado godokogenigi. A este também se dá um novo nome e se lhe corta os cabelos. Há ainda uma outra forma de se estabelecer um parentesco "de consideração". É através da relação entre imedi (ou imeeti, no caso das mulheres, palavra traduzida como "amigo/a"). Duas famílias podem acertar fazer imedi um filho de cada uma, os quais estabeleceriam entre si uma relação de irmãos e as atitudes que lhes são peculiares. Os descendentes de dois imedi seriam imedi entre si.
Além de ritos funerários, praticam também o que chamam de "Festa da Moça". Ritual de iniciação feminina, submete a menina que passa pela menarca a uma reclusão de dois dias e a uma dieta rigorosa. Não pode pisar o chão e nem olhar para animais. No clímax do ritual, esta menina é "abanada" com um pano vermelho bordado com miçangas e penduricalhos nas pontas (o "abanico", wajuide) e, deitada de bruços, será pressionada na altura dos rins por uma mulher da aldeia cuidadosamente escolhida por seus familiares, pois suas características serão assimiladas pela menina.
Ritos Indígenas
Índios TUPINAMBÁS:
iniciação das meninas púberes tupinambás realiza-se a partir do primeiro fluxo menstrual, designado como "nhemõdigara". As jovens revelavam grande temor antes de se submeterem aos rituais sagrados, mas depois suportavam com relativa firmeza as provações estipuladas pela tradição tribal. "Porque, escreve Thevet, além de lhes cortarem os cabelos com pentes de peixe, colocavam-nas sobre uma pedra lisa e lhes retalhavam a pele com a metade de um dente de animal, das espáduas as nádegas, fazendo uma cruz oblíqua ao longo das costas, com certos talhos, a uma mais, a outra menos, de acordo com a robustez, a sensibilidade ou insensibilidade delas; de modo que o sangue corre de todas as partes".
Esses procedimentos eram dolorosos e incutiam medo previsível nas jovens a serem iniciadas. Em seguida, seus corpos eram cobertos com uma substância cinzenta. Então, ligavam o braço e o corpo com fios de algodão e colocavam em seu colo dentes de capivara. Tal ritual tinha finalidades mágicas, visando tornar os dentes da jovem índia, suficientemente fortes para que ela pudesse mastigar com eficiência as raízes do caium. Acreditavam também, que não obedecessem estes ritos, o ventre da moça se constrangeria, dificultando a concepção. Depois disso se fazia necessária a reclusão.
Índios Kayapó:
Me-i-tük é o nome da cerimônia de iniciação. A própria interpretação da palavra nos direciona para este sentido: me-i - corpo humano, tükre - preto, significando morte. Os jovens deviam pintar-se de preto para este cerimonial, pois tal cor se integra na idéia de obtenção de força, necessária para sua integração ao novo grupo. Esta expressão, "morte do corpo", associa-se ao significado do ritual, morrer o homem velho para dar lugar à ressurreição de uma vida plena para um novo homem guerreiro. Assinala também, a maturidade sexual do homem. Entretanto, este rito não é condição "sine quo non" para o ingresso em uma classe mais elevada, nem para estabelecer relações sexuais. Entretanto, uma mãe, pode exigir que sua filha se case com um jovem que tenha passado pela me-i-tük.
Para o ritual, o pai do iniciante deve conseguir um "krom-dyo" para seu filho, ou seja, um padrinho legítimo que pode ser de mesmo sangue, como um irmão do pai. Durante a cerimônia de iniciação, ele se tornará guia e mestre do jovem, devendo todo o período que se estender o rito, viver exclusivamente para o seu tutelado.
Índios Guajajara:
A cosmologia tradicional é típica dos povos tupi-guarani, distinguindo-se quatro categorias de seres sobrenaturais, que recebem a designação genérica de karowara: os criadores ou heróis culturais, responsáveis pela criação e transformação do mundo, sendo Maíra e os gêmeos Maíra-ira e Mucura-ira os mais importantes e Zurupari, o criador das pragas e dos
insetos, das cobras peçonhentas e aranhas, um herói cultural muito temido;os "donos" das florestas (Ka'a'zar), das águas (Y'zar), das caças (Miar'i'zar) e das árvores (Wira'zar), que são hostis e muito temidos por seu poder maligno;os azang, espíritos errantes dos mortos, também muito temidos; e os piwara, espíritos de animais. Muitos guajajara não acreditam mais nestes seres, por causa das atividades missionárias.
A mitologia uma mistura de motivos tupi, europeus e africanos. Há, por exemplo, um mito com o motivo da Gata Borralheira e a figura do Zurupari. Existem três categorias principais de mitos: mitos de heróis culturais; mitos que apontam uma moral; e mitos de animais. Em todos os mitos registrados até agora, destaca-se o papel de Maíra. Um mito muito importante para explicar o mundo do ponto de vista dos guajajara é o dos gêmeos Maíra-ira e Mucura-ira.
Índios Kadiwéu:
O indivíduo Kadiwéu recebe um nome por ocasião de seu nascimento e quando da morte de um parente. Durante os ritos funerários, os parentes do morto têm seus cabelos cortados. Aquele que corta o cabelo em sinal de luto é chamado okojege. As mulheres velhas, conhecedoras destes ritos, se reúnem durante o funeral para decidir o nome mais adequado para o enlutado. Quando se perde um parente próximo é também possível adotar alguma outra pessoa (independentemente da idade, do sexo e do grau ou mesmo da existência de parentesco) para preencher a falta do morto. Um parente adotado nestas circunstâncias é chamado godokogenigi. A este também se dá um novo nome e se lhe corta os cabelos. Há ainda uma outra forma de se estabelecer um parentesco "de consideração". É através da relação entre imedi (ou imeeti, no caso das mulheres, palavra traduzida como "amigo/a"). Duas famílias podem acertar fazer imedi um filho de cada uma, os quais estabeleceriam entre si uma relação de irmãos e as atitudes que lhes são peculiares. Os descendentes de dois imedi seriam imedi entre si.
Além de ritos funerários, praticam também o que chamam de "Festa da Moça". Ritual de iniciação feminina, submete a menina que passa pela menarca a uma reclusão de dois dias e a uma dieta rigorosa. Não pode pisar o chão e nem olhar para animais. No clímax do ritual, esta menina é "abanada" com um pano vermelho bordado com miçangas e penduricalhos nas pontas (o "abanico", wajuide) e, deitada de bruços, será pressionada na altura dos rins por uma mulher da aldeia cuidadosamente escolhida por seus familiares, pois suas características serão assimiladas pela menina.
Um comentário:
Olá Bernadete, sou estudante de pedagogia com enfase em ER e sou de BH-MG. estou desenvolvendo um trabalho sobre religiosidade indígena e estou tendo dificuldade com bibliografia. vc poderia me ajudar? Estamos querendo algo sobre ritos antes do período colonial mas como os rituais são milenares acho que podemos conseguir. Li seu post e achei interessante mas vc sabe que temos que fundamentar bem o trabalho. Aguardo um retorno. Se quiser pode me escrever em gsferreira160@yahoo.com.br
Muito obrigada
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